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Tornar-se um tradutor apresenta uma variedade de desafios que são fascinantes para mim. Tenho que me esforçar para me familiarizar com as palavras e combater a pobreza linguística. Esse paradoxo de "apropriação" e "resistência" às vezes precisa ser superado com uma mentira, especialmente ao traduzir obras literárias. Às vezes, precisamos escolher entre várias opções de palavras até chegarmos àquela que consideramos a melhor. Às vezes, temos que criá-la. Às vezes, temos que mentir, capturando apenas o significado ou a nuance. No entanto, assim como a arte, que é considerada uma mentira sagrada, a tradução também às vezes precisa trair para mostrar sua santidade. E não foi Bisma também sagrado? Não foi Sinta sagrada o suficiente para se entregar às chamas? Eu experimentei algo assim ao traduzir o livro de Deepak Chopra (que estranhamente ainda não foi publicado), que contém poemas espirituais de Rumi, Hafiz e outros. Da mesma forma, ao traduzir o roteiro de uma peça de teatro e uma coleção de contos de Hemingway, como "The Fifth Column". Por exemplo, não seria uma mentira se eu traduzisse um espanhol que fala inglês com dificuldade como se fosse um holandês com dificuldades em falar indonésio? E não seria uma mentira traduzir a palavra "Übermensch" (na filosofia de Nietzsche) como "Superman" em inglês, mesmo que tenham conotações de significado diferentes? Mesmo que eu escolhesse traduzi-la como "Adimanusia", ainda não tenho certeza se essa palavra realmente captura o conceito desejado por Nietzsche. Quanto à superação da pobreza linguística, isso ocorre principalmente quando traduzo textos de filosofia. Há momentos em que precisamos desistir para evitar confusão de pensamento. Quando traduzo a palavra "know" na filosofia social, acabo tendo que distinguir em que sentido ela é usada: conhecer, saber, compreender e assim por diante. Traduzir livros muitas vezes me proporciona um prazer especial, além das questões financeiras. Sinto-me feliz e orgulhoso de poder traduzir o livro "Theatre of the Absurd" de Martin Esslin (mesmo que o destino do manuscrito esteja incerto agora), porque acredito que isso será muito útil para "minha grande família" no mundo do teatro. Finalmente, também tive a oportunidade de conhecer a tradução internacional através da internet. O mundo que eu antes considerava como um deserto silencioso de palavras acabou sendo envolvente também. Meu encontro com os portais de tradução na internet me fez perceber que não estou sozinho nesse deserto. Nele, encontrei muitas "criaturas" com várias personalidades e "poderes". Finalmente, percebi que nunca me arrependeria de entrar nesse deserto. Como disse Robert Frost: Eu escolhi o caminho menos percorrido, E isso fez toda a diferença. | Entry #34669 — Discuss 0
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